Hoje é celebrado o “dia das mães”! Certamente iremos nos alegrar e honrar nossas mães no dia de hoje. Mas quero pensar muito mais e além de um dia. Quero refletir com vocês sobre o que “devemos às nossas mães”. Alguns, eu me arrisco, diriam que não devem nada. Já vi, e não apenas em filmes, filhos adultos dizendo que não devem nada a seus pais. Dizem que não pediram para vir ao mundo e, uma vez que os pais eram responsáveis por estarem ali, eles lhe deviam tudo.
A perspectiva bíblica não é unilateral. Embora a Bíblia enfatize que os pais devem muito aos filhos — por serem responsáveis pela vinda deles ao mundo — ela também enfatiza que os filhos devem algo para os pais. Se não fosse pelos pais, os filhos não estariam vivos. O dom da vida é um dom especial. Por isso Efésios 6:1–4 desafia tanto os pais quanto os filhos: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.”
Alguns pais vivem como se só os filhos tivessem responsabilidades. Alguns filhos vivem como se só os pais tivessem responsabilidades. Nenhuma dessas atitudes está certa. Temos visto muito sobre como os pais têm a responsabilidade de cuidar dos filhos e treiná-los. Em retribuição a isto, o que devemos aos nossos pais? Hoje, em especial, “o que devemos às nossas mães”?
1) NOSSA CONSIDERAÇÃO. Quando Paulo falou de pessoas se desviando de Deus, ele incluiu a ingratidão como indício de como se tornariam impiedosas: “nem lhe deram graças…” (Romanos 1:21). É fato que Paulo está falando da gratidão a Deus, mas creio firmemente que não demonstramos gratidão a Deus sendo ingratos aos instrumentos usados por Ele. E nossas mães são preciosos instrumentos dEle em nossas vidas. Elas não apenas nos gestaram, mas também nos amaram e cuidaram de nós. Você tem consideração, de verdade, pela sua mãe? Você é agradecido por tudo que ela fez por você? Você diz a ela o quanto a considera e estima? Você deve isso a ela.
2) NOSSO RESPEITO. Devemos às nossas mães respeito — não porque elas estejam sempre certas, mas simplesmente porque elas são nossas mães. Essa verdade básica foi enfatizada muito tempo atrás nos dez mandamentos: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êxodo 20:12). A palavra “honra” inclui respeito e tudo o que está implícito nele. Como podemos mostrar respeito pelas nossas mães? a) Mostramos respeito (ou a falta dele) pela maneira como falamos com nossas mães. b) Mostramos respeito (ou a falta dele) pela maneira como falamos de nossas mães. 3) Também mostramos respeito (ou a falta dele) pela maneira como agimos; palavras são desnecessárias para quem é desrespeitoso. Provérbios 30:17 fala dos “olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência à sua mãe”, dizendo que “corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos”. Quando leio isso, posso ver um adolescente protestando após ser repreendido: “O que foi que eu falei de mais?” — e a mãe respondendo: “Não foi o que você falou, mas o jeito que você virou os olhos”. No Antigo Testamento, o filho que de alguma maneira maltratasse os pais era uma vergonha e uma desgraça (Provérbios 19:26). O filho que agredisse fisicamente seu pai ou sua mãe deveria ser morto (Êxodo 21:15). Poderíamos fazer uma longa lista de maneiras pelas quais os filhos podem mostrar respeito — ou a falta dele — pelos pais. Você deve respeito à sua mãe.
3) NOSSA OBEDIÊNCIA. Obedecer aos pais está intimamente ligado ao desafio de respeitá-los. Deixar de obedecer aos pais é um problema constante. Quando Paulo estava descrevendo a decadência da sua época, ele incluiu estes sintomas: “jactanciosos, arrogantes… desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes” (2 Timóteo 3:2). O que significa um filho obedecer aos pais? Significa que o filho faz o que seus pais mandam depois de repetidos resmungos? Não, a verdadeira obediência significa que o filho atende rapidamente, com alegria, até antecipando pedidos. É isto o que Deus deseja, e esse comportamento é uma alegria para qualquer pai ou mãe. Os pais nem sempre estão certos, mas se realmente estiverem preocupados com os filhos, certamente acertarão mais do que errarão. Crianças, adolescentes, se vocês têm pais que se preocupam com vocês o suficiente para lhes impor restrições, agradeçam a Deus por tê-los! Você deve obediência à sua mãe.
4) NOSSA COMPREENSÃO. As próximas “dívidas” que irei mencionar estão intrinsecamente ligadas à consideração, ao respeito e à obediência; mas são importantes o bastante para serem abordadas separadamente. O próximo item da lista é “compreensão”. Devemos às nossas mães a máxima compreensão solidária possível. Pedro afirma que os maridos são admoestados a viver com suas mulheres “com discernimento” (1 Pedro 3:7). Esse não é um mau conselho para todos os relacionamentos dentro do lar. Devemos tentar compreender uns aos outros. Já ouvi muito filhos dizerem: “Meus pais não me entendem”. Eles parecem estar inconscientes de que o entendimento opera em ambas as direções. Você, filho, já avaliou a possibilidade de que a maior falta de compreensão pode estar partindo de você? Pode ser que você queira que sua mãe veja as coisas do seu ponto de vista, mas quanto tempo você passa tentando ver as coisas do ponto de vista dela?
5) NOSSA COOPERAÇÃO. Devemos às nossas mães a máxima cooperação possível. Elas desde que se casaram passaram a ter enormes pesos sobre suas costas. Devemos tornar essa pesada tarefa o mais fácil possível. Crianças, adolescentes, suas mães todos os dias fazem muito por vocês, inclusive se importam com vocês o bastante para discipliná-los, dêem graças por isso também. E em tudo, deem às suas mães a cooperação que faz as coisas ficarem mais fáceis. Se você é um filho adulto, gostaria de lembrar das palavras de Paulo em 1 Timóteo 5:8 diz que “se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. Coopere com sua mãe provendo cuidado! Você deve isso a ela!
6) O MELHOR DE NÓS. Devemos aos nossos pais ser os melhores filhos e filhas que pudermos ser. Não importa quantos elogios façamos verbalmente às nossas mães, os presentes e as homenagens em dias das mães, se não vivermos corretamente, não estaremos demonstrando respeito. Quando os filhos de Jacó não agiram certo, Jacó disse: “Vós me afligistes e me fizestes odioso entre os moradores desta terra…” (Gênesis 34:30). O maior tributo que podemos prestar às nossas mães é sermos o que Deus quer que sejamos para elas — filhos cristãos de verdade, com fé operante e amor abnegado — e depois vivermos a vida cristã o melhor que a nossa capacidade permitir. Devemos ser o melhor que pudermos quando somos jovens. “Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se o que faz é puro e reto” (Provérbios 20:11). Devemos ser o melhor que pudermos quando formos velhos. Devemos ser o melhor que pudermos quando nossos pais tiverem falecido; devemos ser fiéis em memória deles. Devemos ser o melhor que pudermos, mesmo se os nossos pais não forem (ou não tiverem sido) cristãos. Se ainda estiverem vivos, podemos ganhá-los para Cristo através do nosso exemplo (1 Pedro 5:1–4). Se já tiverem falecido, ainda o enaltecemos sendo fiéis ao que sabemos ser a verdade. Devemos às nossas mães ser o melhor que pudermos.
7) NOSSO AMOR CONTÍNUO. Finalmente, devemos às nossas mães amor contínuo e preocupação com elas enquanto estiverem vivos. Algumas das verdades que apresentamos nesta pastoral se aplicam primeiramente aos filhos que ainda moram com os pais (e especialmente as crianças e adolescentes), mas muitos ensinos se aplicam a todos nós por toda a vida. Enquanto vivermos, devemos às nossas mães nossa consideração, nosso respeito, nossa compreensão solidária e nosso esforço sendo os melhores filhos e filhas que pudermos. Mas esta última dívida envolve primeiramente aqueles dentre nós que já são adultos. Devemos continuar demonstrando e expressando amor e preocupação com as nossas mães enquanto elas viverem. Devemos fazer isto através de palavras — palavras ditas face à face, palavras ditas pelo telefone, palavras escritas numa carta. Também devemos fazer isto através de atos. Uma parte desse amor se traduz no cuidado com quando elas ficam idosas. Anteriormente, citamos 1 Timóteo 5:8: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. Não preciso explicar, preciso? Você deve à sua mãe, um amor profundo, e contínuo! Provérbios 28:24 fala do terrível pecado de alguém roubar os próprios pais: “O que rouba a seu pai ou a sua mãe e diz: Não é pecado, companheiro é do destruidor”.
Jamais seremos culpados desse crime abominável — dizemos nós — mas, e se não dermos às nossas mães o que lhe devemos? Que o Senhor te conceda a graça e a benção de dar à sua mãe o que você deve a ela.
Às mães de nossa Igreja, hoje e todos os dias, nosso amor e honra a vocês e que o Senhor Deus continue a as abençoar. Feliz Dia das Mães!
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